Turismo de Base Comunitária: Conheça as Comunidades do Céu e Caju-Una, em Soure (PA)
- Marajó Guia

- 29 de jul.
- 3 min de leitura

No coração da Ilha do Marajó, em meio à imensidão da natureza preservada da Reserva Extrativista Marinha de Soure (RESEX-Mar Soure), duas comunidades tradicionais guardam saberes, histórias e modos de vida únicos: Caju-Una e Céu. Localizadas a cerca de 16 km da sede do município de Soure, essas comunidades encantam por sua beleza rústica, acolhimento caloroso e forte vínculo com o meio ambiente.
Vida em harmonia com a natureza
Ambas as comunidades estão inseridas nos limites da RESEX, uma área protegida com mais de 27 mil hectares, onde a atividade extrativista é realizada de forma sustentável pelos moradores. Ali, o tempo tem outro ritmo, guiado pelas marés, pelo som dos pássaros e pelo vai e vem dos barcos nos igarapés, rios e manguezais.
A pesca artesanal é a principal fonte de renda das famílias locais e uma verdadeira tradição passada de geração em geração. A coleta e o uso dos recursos naturais seguem os saberes locais, promovendo equilíbrio entre subsistência e preservação ambiental.
Acesso e desafios da mobilidade
Apesar de toda a riqueza natural e cultural, o acesso às comunidades ainda enfrenta obstáculos. Não há transporte público regular, e muitos moradores dependem do transporte escolar ou de bicicletas para chegar até a sede de Soure. A estrada de terra, que liga as comunidades à cidade, se torna praticamente intransitável durante o período chuvoso, com trechos alagados e escorregadios.
Estrutura e organização comunitária
As comunidades são vizinhas – separadas por apenas 500 metros – mas cada uma tem sua própria estrutura social e associação comunitária.
Comunidade do Caju-Una
Organizada pela AMCOC (Associação dos Moradores da Comunidade do Caju-Una), a comunidade conta com 69 famílias. Possui escola de ensino fundamental II, posto de saúde (com atendimento médico esporádico), biblioteca, restaurante comunitário, igrejas, arena de futebol, energia elétrica e água encanada.
Uma das tradições mais marcantes é o Círio de São Sebastião, celebrado há mais de 100 anos no mês de agosto. O evento é um momento de reencontro entre moradores, familiares e visitantes, repleto de fé, cultura e partilha.
Comunidade do Céu
A comunidade do Céu, com aproximadamente 170 moradores fixos, é organizada pela AMPOC, que está em transição para ampliar sua atuação como AMPAAPC (voltada também aos pescadores e aquicultores locais). Possui escola, biblioteca, praça, restaurante e pousada comunitária, igrejas, bares, campo de futebol, oficina mecânica, porto de pesca, além de energia e água encanada.
As festividades locais são igualmente fortes, com destaque para a festa sociocultural e a celebração religiosa de Santa Maria, que mobilizam toda a comunidade em momentos de devoção e celebração.
Belezas naturais e turismo sustentável
As praias dessas comunidades ainda são pouco exploradas comercialmente, o que mantém sua paisagem praticamente intacta: areia clara, vegetação nativa, brisa do mar e uma tranquilidade que encanta. O canto dos pássaros, o som das ondas e a simplicidade da vida local criam um cenário perfeito para quem busca experiências autênticas e contato genuíno com a natureza.
As moradias, em sua maioria de madeira e erguidas em palafitas, revelam a inteligência tradicional diante das condições ambientais, especialmente no período das grandes chuvas.
Hospitalidade marajoara
Quem visita as comunidades do Céu e do Caju-Una percebe rapidamente o calor humano que só a Amazônia Marajoara sabe oferecer, com Moradores simples, receptivos e sempre dispostos a compartilhar suas histórias, costumes e saberes com quem chega com respeito e interesse.
Se você busca um turismo diferente, com propósito, onde o contato humano e a natureza são os protagonistas, essas comunidades são o destino ideal!
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